Estou perplexo

O mundo parou.

O comércio fechou, o transporte parou, o turismo encerrou.

As pessoas se isolaram, se assustaram, se entocaram.

Eu me entoquei, me assustei e me isolei.

Que momento é este que estamos vivendo hein?

A pandemia pode até ter sido imaginada por alguém no passado, mas duvido que tenham adivinhado que seria assim.

O mundo parou.

As pessoas se uniram.

Velhos amigos se reencontram online.

Não sairemos ilesos dessa.

Nunca mais seremos os mesmos como humanidade.

Eu que já estava acostumado a reuniões online me adaptei bem a essa nova vida isolada e ultra-conectada.

Hoje vi meu pai brincando com minha filha de um jeito que nunca tinha brincado.

Vi grupos de artistas pensando juntos em como viver na pandemia.

Me vi ligando pra uma professora e marcando uma aula que estava enrolando pra marcar.

A gente foi arremessado em uma nova realidade que tem data pra acabar, só não sabemos quando.

A sensação de ficar um tempo nesse novo lugar faz a gente se olhar, se rever, se mexer.

Minha cabeça fervilha de ideias pra mim, pros outros, pra tudo.

Ideias pra transformar um momento, uma vida, uma existência.

A verdade é que não estamos entendendo nada direito.

Não sabemos direito como viemos parar aqui, não sabemos direito o que vai acontecer, não sabemos direito pra onde vamos.

Temos a oportunidade única e inédita de rever nossos valores, nossa relação com as outras pessoas e com a vida neste planeta.

Estamos, de verdade, todos no mesmo barco, ou melhor, na mesma pedra que gira e roda no espaço.

O Harari disse algo interessante no último livro dele “21 lições para o Século 21". Era algo como ‘entrar em pânico é uma prepotência. É uma certeza de que tudo dará errado. Por isso a perplexidade. Não sei ao certo o que está acontecendo. Ninguém sabe. Ninguém nunca soube.

Confie nesse mistério emergente e dê pequenos passos diariamente. A vida há de levar a gente pra algum lugar melhor.